quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O famigerado Acordo Ortográfico

O acordo ortográfico que tanto prometia unificar a escrita da língua a mais de 100 anos separadas fez um ano e, como era de se esperar, nada mudou. Os portugueses ou se recusam terminantemente a adotar o acordo (em nome dos brios nacionais) ou fazem ouvidos de mercador.
Nas terras lusitanas acredita-se que, caso cedam ao dito acordo, estariam cedendo ao português tupiniquim, falado aqui nas nossas terras tropicais, matando a sua tão amada última flor do lácio.
É fato (ou facto para eles) que o acordo muda mais palavras faladas lá que cá, mas muda o que na prática meus caros patrícios? Será que a perda de umas consoantes mudas (e inúteis) e outras pequenas modificações iria realmente mudar vosso modo de falar? Duvido que Portugal passaria a falar açougue ao invés do seu “talho”, ou suco ao invés de “sumo”. Isso é frescura de uma meia duzia de puristas que a semelhança dos seus pares do inicio do século XX recusam o progresso e se prendem ao passado de forma quase doentia. E da mesma forma que os antigos, esses novos passaram, afinal quem hoje se mantém escrevendo “phrase” ou “Theatro”?


Aqui no Brasil, onde apenas 5% fala e escreve o português de forma correta, esse acordo também irrita, em vista que nossas alterações são muito mais sutis e por isso mesmo fáceis de se esquecer. Esse texto mesmo que vos escrevo deve conter vários novos “erros” se levarmos em conta este acordo.Aliás, o acordo em si tem muitas falhas, muitas dupla grafias, muitos problemas reais deixados de fora, embora não negue que ele já ajudar. Nas palavra de do professor Evanildo Bechara: “O acordo não é ótimo, mas é bom”.
(Entre parenteses: Fala-se das variantes do Brasil e de Portugal, sobre duplas grafias do Brasil e em Portugal, mas e nossos irmãos Lusófonos da África e da Ásia?Embora adotem a norma européia, eles possuem significativa diferença entre o nossa variante americana e a variante da Europa, alguém os ouviu?Se alguém souber, nos avise).

Erídamo E. d'Aquila Luna Hemera Priene

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