domingo, 7 de março de 2010

Minha contribuição para a "Pobrologia"

Tenho uma diversão meio mórbida de tirar sarro dos politicamente corretos e dos quase onipresentes defensores dos direitos humanos – os seres mais hipócritas depois dos políticos em minha opinião. Para mim, fazer pouco deles é quase uma obrigação social, e vou repassar aqui algumas de minhas idéias, tendo como alvo os pobres.
Meus caros, a “pobrologia” (estudo dos pobres), esta muito em voga nos últimos anos, bastando ver a quantidade avassaladores de filmes e documentários pseudo-sociológicos que afloram pelo país a fora. Pois bem, eu tenho uma teoria classificatória dos pobres, que modestamente nomeei de Classificação de Erídamo.
Há cinco classes de pobres, sendo a primeira e mais relevante é aquela a qual eu mesmo me encontro e da qual não se entra por escolha: o pobre financeiro. Este nem preciso detalhar, é pobre sujeito que levanta quase absurdamente cedo e vai se deitar absurdamente tarde para ter um pouco mais que uma vida frugal; tão monótono que nem vale apena falarmos dele.
O segundo tipo de pobre é o meu favorito: o pobre nominal. É aquele coitado que teve a má sorte de ter pais extremamente criativos – e provavelmente nortistas. Na hora de dar a graça ao rebento eles nos brindam com pérolas de inspiração inglesa tais como “Djonny”, “Marlon Brandou”, “Ketelyn”, “Waldisney”; todos os “sons” possíveis tais como “Maicon Jaquison”, “Francisneidyson”, “Robinson”, “Jeferson”, “Uildison” e é claro, sempre acompanhados de um “da Silva”. Graça as nossas leis que dificultam a troca de nomes, a maioria deles será obrigada a carregar para a vida toda esses infelizes nomes.
O terceiro tipo de pobre é o pior deles: é pobre pseudo-rico. É aquela pessoa que vive na corda bamba mas sustenta uma pose de pavão; esse tipo come feijão e arrota caviar e vive tentando aparecer na mídia a qualquer custo e, no fatídico dia em que consegue , tenta até a morte perpetuar seus 15 minutos de fama. O especimen clássico desta categoria são os ex-BBBs em geral.
O quarto ultimo tipo é um exemplar muito conhecido nosso: o pobre rico. São aqueles que deram sorte e enriqueceram da noite para o dia (por meio de casamentos ou olheiros de time de futebol em geral; sua meteórica ascensão social os deixa um limbo: ricos financeiramente mais pobres em todos os outros sentidos; em geral são muito inseguros necessitando exibir sua nova condição social por meio de gastos quase pródigos e fúteis; além de sempre humilharem os pobres financeiros pois um dia foram como eles; é patética a tentativa dessa classe de apagar seu passado.
Vocês podem pensar que sou preconceituoso, mas não sou. Isso é uma critica aqueles que elevam a pobreza a um status quase que “divino”; qualquer pobreza que não seja voluntária e religiosa, tal qual a franciscana, só dificulta – ninguém em sã consciência gosta de ser pobre, não é opcional. Não a dignidade em viver em um barraco a beira de um rio fedorento de uma grande metrópole sem saber se comera naquela noite. E pobreza, como disse, não é sinal de humildade; não é desculpa para roubar e não é desculpa para não aspirar uma vida melhor através do próprio esmero educacional e profissional; o que alias me leva ao quinto tipo: o pobre por escolha e que estes pseudo-intelectuais estão disseminando por nosso país. Por este eu tenho só um sentimento: pena (e um pouco de raiva).

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